Para assegurar que a qualidade do exame de ECG não seja prejudicada, um ponto de extrema relevância é a importância do contato da pele do paciente com o eletrodo para obtenção de bons registros, iniciada por uma excelente preparação do paciente.

Profissionais de enfermagem devem estar sempre atentos em relação à correta preparação do paciente, a pele deve ser preparada antes da realização do eletrocardiograma. A presença dos chamados artefatos (ruídos de quando o paciente se mexe ou algo que altere as ondas do ECG) e a oscilação da linha de base do ECG, na maioria das vezes, se devem a uma aplicação inadequada dos eletrodos: se a pele não foi bem preparada e se os eletrodos não estão limpos e seguramente fixos, não será possível obter um traçado de valor diagnóstico.

A gordura da pele é responsável por prejudicar o contato do eletrodo. Pode-se obter excelente contato do eletrodo removendo-se este óleo cutâneo, utilizando um solvente de gorduras, como, por exemplo, acetona ou éter, e depois se esfregando a pele com gaze cirúrgica ou uma esponja áspera, até obter uma condição de pele hiperemiada (vermelha). Tal procedimento tem como objetivo a remoção da camada córnea da pele, que funciona como um isolante elétrico. Para se obter uma melhora adicional do contato, a área onde os eletrodos serão aplicados pode ser previamente barbeada/depilada, inclusive em mulheres, para evitar a presença de pelos.

Como referência, os cuidados com a colocação e fixação dos eletrodos do ECG devem ser os mesmos dos eletrodos de Holter. Nota: o álcool de graduação acima de 90% pode ser utilizado para a limpeza da pele. O álcool com graduação por volta de 40% não é recomendado, pois apesar de ser desinfetante não é altamente desengordurante, o que prejudica o exame de eletrocardiograma. Álcool gel não deve ser utilizado, pois grande parte dos fabricantes deste produto utiliza hidratante para a pele em sua composição, que acaba funcionando como um isolante.